E não ficou nenhum!

em terça-feira, julho 21, 2009

"Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon de charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez.
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no Zoo. E depois?
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não ficou nenhum."
•••

Adoro romances policiais.
E, naturalmente, ao ouvir falar de romances policiais é quase impossível não lembrar da Agatha Christie, certo?
Ela é a famosa "Rainha do Crime". O apelido lhe cai muito bem, afinal. Escreveu tramas fantásticas. Uma bem conhecida é O caso dos dez negrinhos. Dizem que é melhor livro dela. Não li muitos livros da Agatha, mas, os poucos que li, recomendo. O meu desejo era ler todos os seus livros ou pelo 80% da obra dela.
Sem dúvida, são livros muito bem escritos, cheios de suspense, mortes, mistério e umas pitadas de insanidade. Personagens marcantes, histórias com desenrolar surpreendentes e fins mais surpreendentes ainda.
O caso dos dez negrinhos é assim. No começo, não me prendeu tanto a atenção. É... Não no primeiro capítulo, mas depois não consegui mais parar de ler. Nem a internet me atrapalhou dessa vez.
Dez pessoas são convidadas para a Ilha do negro pelo tal Sr. Owen.
Dez crimes, uns em maior grau de crueldade, outros nem tanto. Mas ainda sim crimes que a justiça não conseguiu provar.
Os dez chegam à ilha. Um final de semana de descanso e diversão, acreditavam eles.
Diversão haveria, mas não o tipo de diversão que agradaria a alguns, só a um. Opa! Assim eu acabo contando a história...
No jantar da primeira noite, os convidados são surpreendidos por uma voz, que vinha de um gramofone, os acusando, a cada um, de terem cometidos crimes e ainda citando os nomes das vítimas. Uma onda de pânico invadiu a sala. A mulher do mordomo desmaia... todos se apavoram e vão acudi-la. Dão algo para mulher se acalmar e dormir. Outro toma um conhaque, talvez por puro nervosismo em busca de se acalmar. E esse mesmo morre instantaneamente. No conhaque havia uma dose mortal, um remédio em execesso, um veneno...
Os outros pensavam que poderia ter sido suicídio, mas não acreditaram muito nesses pensamentos. Pois era um homem bonito, forte e com um apreço muito grande pela vida. Por mais que tivesse amendrontado, não teria se matado. Não assim, tão rápido.
Mas era a resposta mais plausível.
Então, na manhã seguinte, a mulher do mordomo não se levanta, não se acorda. Dorme eternamente...Morta. Não, não! Assassinada.
Sim, duas mortes seguidas não podem ter sido suicídios!
E a onda de pânico e desconfiança foram implantadas naquela ilha.
Todos amedrontados. Talvez esperando a sua vez. Talvez tentando se defender, tentando sobreviver.

•••

O desenrolar é maravilhoso, viciante. E o fim é inesperado, bem bolado, como todas as histórias da Agatha Christie.


Vale a pena ler, se arrepiar e se surpreender.

Boa leitura!


Postado por Erica Ferro

Um comentário:

A disse...

Com toda a certeza vale a pena ler Agatha Christie, e esse livro é realmente arrepiante! =)

 
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