O todo

em domingo, janeiro 03, 2010
Toda a loucura tem pitadas de sanidade.
Toda a abstinência tem gotas de fome.
Toda a tempestade esconde um sol em seus trovões.
Todo não-querer quer algo com todo furor,
Mas repreende-se por pudor.

Todo desejo oculta uma paixão,
Uma inquietação.
Toda fortaleza maquia uma fraqueza.
Toda incompreensão encobre um ceticismo.

Todo silêncio abafa um grito.
Todo grito grita por silêncio.
Todo falar pede um ouvir.
Todo ouvir pede um falar.
Todo pensar pede um agir.
Todo agir pede um pensar.

Todo amor guarda uma paixão.
Toda paixão arde em desejo.
Todo desejo pede assassinato.
Todo assassinato mata uma fome,
Seja por barriga vazia,
Insanidade,
Agonia,
Medo,
Impiedade
Ou maldade.

Toda busca demonstra um desencontro.
Todo desencontro anseia por uma busca.
Todo desencontro chama uma loucura.
Toda loucura grita por um amor.
Todo o amor morre com um grito,
Um grito de não reciprocidade.

E todo amor morto, renasce com outro.

(Erica Ferro)

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Primeira postagem do ano! Que lindo isso, hein?
Esse poema tinha publicado ontem, no meu blog individual, o Sacudindo Palavras.
Ah! Vou adiantar uma coisinha. Quer dizer, só dizer que teremos novidades em breve aqui, no Pensamentos Devaneantes.
Acho que vocês vão gostar!
Um abraço da Erica Ferro, o primeiro do ano.

3 comentários:

Nati Pereira disse...

Lindo como sempre, to louca pra fazer a minha primeira postagem do ano, mas não tenho a minima ideia! Beijos

Letícia disse...

Quando eu falo que vc é demaisl.. É, acredite em mim...

"Todo sopro que apaga uma chama, reacende o que for pra ficar!"

Jééh disse...

como eu já tinha dito no seu blog pessoal, "que otima maneira de começar o ano né" e esse poema é lindo *-*

 
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